Plugado vivo, atado na rede que me envolve.
Dia-após-dia retorno a essa teia que me
emaranha.
Se as Córeias vão se estrepar já é problema
meu,
Eu tenho uma placa de rede subcutânea, sou
radar.
Meus milhares de amigos sabem tudo de mim.
Como trabalho conectado as redes sociais e
Meu Smartphone publica cada um dos meus passos,
Qualquer um que me investigue um pouco, já
sabe muito.
Só que meus amigos não são mais aqueles do
bairro,
Nem aqueles que iam comigo na vendinha da
esquina.
Os que comentam minhas publicações são 1700,
Logo terei mais amigos que o Rei Roberto
Carlos.
Que bobagem seria me ausentar do
facebook.
Um viajante que tem contatos pelo mundo
afora,
Um cigano das paisagens não tem vida fora
da web.
Assisto a Deus e ao Diabo na terra dos bytes.
Muitas vezes exagero na dosagem,
Bebo demais do néctar da informação,
Incho a cabeça de estímulos ruidosos,
Perco meu sono no fluxo das sinapses.
Como manter a concentração se de repente
Alguém das filipinas quer manter contato
comigo,
Outro no Caminho de Santiago me marca na
foto,
Ou recebo um email marketing da
Conchinchina?
Só no verso, no anscetral, no artístico, me
refugio.
Medito sobre mim, me encontro e
simplesmente sou.
O poema é minha espiritualidade, meu post
transcendental.
Agora já posso, bora tomar mais dois dedos
de web...
👏👏👏👏👏👏
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