jueves, 15 de diciembre de 2011

Defendendo minhas manhãs

Ah, como me agradam as manhãs!
Não aquelas nas quais o despertar
Me é roubado pelo barulho bipante
De tais aparelhos acordadores.

Amo as manhãs em que tudo
Vem sorrateiramente, levanto-me
Com suavidade e sinto aquela
Sensação de que algo recomeça.

O sol vem brando e o ar fresco paira
e permeia um caminhar divangante,
e de certa forma meio atônito, característica
dos primeiros momentos do pós despertar.

Percebo então, que prezarei por ter as manhãs
Como tais que aprecio. Na medida em eu que puder,
cada vez mais, escolher como serão meus dias,
Terei todas as manhãs para mim.

Que me roubem as tardes, quem sabe também as noites,
Mas com as manhãs serei tão brusco
Quanto me é suave este despertar
Que não preciso controlar ou decidir quando virá.

Dentro da sala de aula

Não consigo mais ficar aqui,
Mas ainda permaneço.

Estático de corpo, mas em pleno fluxo
dinâmico na mente que não quer cessar
de infinitamente arquitetar uma peripécia
que permita preencher esta lacuna
entre minha atitude e meu pensamento
que me faz incongruente com o que é meu eu
clamando por outro ambiente...
Então saio.

miércoles, 14 de diciembre de 2011

Poetas vivos!

A arte não é para as gavetas.
A expressão se dá diante das pessoas.
É esta a proposta do artista, da arte:
Troca.

A música melhor transmite,
Na dança verdade se faz,
Poesia sensação irrefutável:
“Sentiu, tá sentido”.

A escultura não necessita explicação,
Simplesmente é.
Não é como a ciência
Que necessita muita estatística.
No teatro cada um é,
Sente, compreende a sua maneira.

Aos artistas insisto,
Traigam a arte não só
para o seu cotidiano,
mas para a vida
das pessoas que te rodeiam.
É a melhor maneira
de transformar com riqueza:
Ser arte.


Não passarão ilesos
Da tua mensagem.
Talvez esqueçam o contorno
Da sua face,
Mas perpetuado estarás.
Artista de ação agora.

Xô, poesia póstuma!
Poetas vivos!

Elixir de Ceridwen

Oh, Deusa Ceridwen!
Tu que transformaste
O meu passado.

Abandonar o casulo
E desatar a amarra
Demanda energia
Que se processa como
As águas do seu caldeirão.
Desse fluxo circular multifacetado
Brotará o néctar da passagem.

Gole a gole engulo gota
Do elixir que preparaste
A partir dos ingredientes meus.

Só, porém, muito bem acompanhado.
Os inimigos que insitem em ter inveja,
Discórdia e o monólogo simples-mente
Não desafiarei, seguirei em busca do bem.
A guerra e a paz escolhas são.


Conflito no intuito de pacificar.
Conflito por conflito ou para provar
quem é o melhor não tenho tempo.

Inesgotável é o caminho,
Não necessito ir ao mesmo lugar
Todos os dias.

Tempo é valor,
Valorizo flor.
Pétala lá,
Conduzirá-me o perfume.

Quero mais é deitar na grama verde,
Banho de mar, cachoeira.
Dar beijos nas meninas,
Alimentar bem,
Trocar-dialogar,
E dançar... neste momento!

martes, 13 de diciembre de 2011

Um estrondo de morena!

Se liga mané, essa nega tá te
dando um rolé e não é só em você.
A torcida estremece a arquibancada
Quando ela passa a rebolar e saltitar.

Você cae feito um patinho,
Mais perdido que barata que tomou
Uma chinelada nas antenas.Que foi
que vendou seus olhos dessa maneira?

Ela samba e a galera vibra,
E olha malandro que ela te avisava:
“Não me rodeia que eu sou um problema”.
Isso que dá insistir na hora errada.

Essa sua banca de herói desfaleceu,
Adiantou alguma coisa viver essa mitologia?
Odisséia é o caderno onde você vive o que quer,
No colo dela o assunto é em outro tom.

Tenores e contraltos não cantam oitava acima,
Vai viver sua vida antes que essa morena
Iluda de novo esse seu olhar esfumaçado.
Esquece, meu irmão, é a melhor coisa para ti.

Você sempre soube que o amor não tem
Uma só fonte no despertar da manhã serena.
Estás desperdiçando seu sorriso, mané.
Sai dessa que coisa melhor te espera

Pois essa moreninha amigo,
Num piscar de olhos, voou!

Visitarei um museu

Ah...
Essa menininha é linda demais.
Hoje mesmo estava bárbara,
Com suas cores violetas de sempre.

Me violou, abriu uma ferida
Que não posso negar.
Acabei criando essa idéia de que quero beijar,
Ganhar um carinho a mais.

Eu não escutei e insisti
Tentando mudar o corpo dela,
Mas foi em vão.
Agora ela diz que está brava comigo,
Como o amor é infantil e curioso.

Continuar alimentando essa ilusão não mais!
Já é tarde e mesmo assim me mantenho na cama,
Como se essa fuga fosse mudar alguma coisa.
Esquecê-la e pronto, sem mais mistérios.

O que não gosto é de me ver tentar manipular,
Inventar respostas racionais baseando em ciência,
E pior, na estatística, já extrapolei...

Mais além de qualquer polo,
Um momento... é nisso que não posso me reter,
Lamentando algo que não tenho e nunca vou ter.

Vou a um museu
Para certificar-me
De onde o passado
Deve estar.

A poesia é sacerdócio

Calem!
Calendário dos meus passos.
Falem!
Falhas que possam estar a acontecer.

É o messias, o tom messiânico.

A arte é meu sacerdócio.
Tanto conduzo,
Quanto sou guiado pelo sermão.
Sou o fiel que encontrou resposta,
Sacerdote que responde.

Deus, a religião
É a resposta para todos sofrimentos.
A religião discursa
A saciação das vontades.
Deus é o pai, o comando,
A certeza, a força maior.
É o que está acima de ti,
Dos homens e mulheres.
Os Deuses são hierárquicos.

O ser humano está abaixo, é fraco
E necessita resposta do além,
Do sobrenatural.


Oh Deus! Me diz o que
É certo fazer?
Sejas a mãe da minha moral,
O pai da minha ética.
Eu sou humano,
Falho e ínfimo,
Não tenho capacidade de saber.

O sacerdote é a ligação de Deus
Com o mundo,
O ditador e profeta
das regras do soberano.

Sejas tu o sacerdote
Do caminho que é rota sua.
Coragem para ir ao encontro do sorriso.
Força para buscar em ti
A satisfação e a elevação.

Vai!
É a presença inteira de corpalma
Que vai te salvar.

Violão, eu te amo!!!

Ah, violão!
Quanta beleza e paz
Já me proporcionaste nessa vida.

Melodias gostosas no ouvido,
Técnicas aprofundadas,
De mensagens ricas e lindas.

Essas cordas que me mantêm forte,
Alegre e belo.

Ah, violão, tu és o mais fiel dos parceiros!

Sou feliz
E abençoado
Por tocar o violão.

Não me canso de vivê-lo
Cada vez mais intensamente,
Tudo se fortalece ao meu redor.

Esse som violonístico
Que não me canso de desfrutar,
Que desejo mais ouvir
E hei de realizar.

Do fundo do coração
Eu palpito verso:
Amo-te, ó querido violão!

lunes, 12 de diciembre de 2011

Preenchendo vazios

Indo de encontro nova-mente,
Procurando o antes dos ser,
Cultivando o ritual da entrega,
Pré-cedentes, pré-ação.


Ir na fluidez e comentar
O que paira por entre o ar.
Canalizo dentro o alimento,
Suprimentos para o alicerce do ser.


Na solidão de não ter como compartilhar,
Manifesto mesmo assim,
Expressão, meditação.
Sem ter com quem dividir
Um ritual que viveria meu ser
Neste momento.


Tempo ocasional
Que necessita ocupação.
Corpo em estágio frágil
E aguçado em sonolência.


Lançando no outro a saciação.
Querendo tirar de fora para dentro.
Assim vejo os dias acontecendo.


Iluminar: sentir-se bem
Em qualquer lugar.
A solidão também é rodeada de pessoas,
Só na multidão.


Tenho a mim
Retirar de si o combustível.
Mesmo que os temas evaporem
E não haja mais nada
Para se falar,
A não ser o que as palavras
Tentam esconder.


A fome de ser magricela ou anoréxica,
Que não aceita sua própria saciação.


E as escolhas que
Deixamos de fazer?
Escolho ser,
Mas me vale que não ser.


Viver o que pulsa,
Sem me negar a mim.


O resto é devaneio de
Homens e mulheres que assumem hábitos.
Cultivando o que vem de fora,
Sem se olhar, infiéis.


Infiéis!
Sem mesmo respeitar
O que se é!


Construir-se cabe aos gestos,
Fazer verdade cabe a qualquer um,
Sem essa de achar que as coisas
Estão estagnadas,
Abrir os olhos de vez em quando
e já basta.


Dentro de si
Cada um sabe
O que se passa.


Só mesmo o poeta
Para se permitir dizer
O que as vozes
Insistem em calar


Sendo, lá no âmago,
Todos se unem num só.
Ao ser, se acessa
O que é de todos.


Despertado o dragão
Que habita as cavernas
Dos seres humanos.
Veia visceral
Que dilata e expande
A pele.


A catarse coletiva
É proporcionada pela entrega.
Entregar-se embriaga os gestos do corpo.
Chapaceira que se alastra,
Os olhos alucinam,
E o prazer banha.


Já o sofrer de não ser
De se negar o que se sente,
É o que arde
Na pele dessa gente.


Abranda o teu peito
E respira suave.
Relaxa teu corpo e deixa ser.
Te acalma que a doçura
Amacia o sorriso nosso.


Se tenho a mim
Tudo se torna dispensável.
Adeus namoradas, vícios, hábitos
Até mesmo os velhos e bons amigos.
Estando COMIGO,
Tenho o outro, não no sentido da posse,
Mas no âmbito da presença.


Se me faço fragilizado,
Assumo e alimento está
Concepção de mim,
Não há argumento que refute.


Tudo bem que a gente sente
E mal se sabe de onde vem
Essa dor que contamina.
Cultivá-la ou não cabe a cada um.


Desato o nó da desavença!
E as pessoas só querendo atar mais,
Mesmo sabendo que mais vale
O laço que o nó.


Até que a palavra perde seu valor
Pois já se sabe, não há novidades,
Nada que todos não saibam dentro de si.

Só que fica um vazio,
Quando a poesia se vai...

Amor e Medo

Conquistaste o que para mim desejo,
Portanto, Amo-te.

Porém ainda não consegui me alcançar:
Temo-te.


Não há segurança
em relacionar com que é,
pois a minha própria eu não conquistei.


Amo-te porque sou
E tenho amor para dar.
Nego-te, pois quero seu amor
Apenas para mim.


Em ser amor: integridade.
Em necessitar o amor
Do outro para amá-lo: fraqueza.


Não estou e tu estás, então não!
Pois a minha fraqueza
Não pode suportar sua força.

jueves, 8 de diciembre de 2011

Um Universo de sonhos

Muito me vale poetizar,
Entregar-me aos versos,
Ser verdadeiro comigo.


Ocupo a mente,
Me negando ao que meu
Ser não vive.
E a poesia vivo,
Vivência interna-externa.


O verso é o barco
que me conduz nesse mar,
Me faz pipa a voar pelo céu,
Pluma leve.


E então sigo tranquilo,
Encontro-me neste olhar para dentro.
Reflexão, meditação,
Imerso no meu eu.


No talento meu refugio.
O dom do artista é se permitir,
Não há bom ou ruim na arte,
Desdicotomia.


(...)


E a evolução?
Esta que não é para todos
Uma grande questão.


Concretizar não é um verbo
Na ação de todos,
Principalmente quando se trata
De concretizar os sonhos do ser


Sonhos do tamanho do UNIVERSO!


O que nos prende?
Que nos faz abrir mão
De quem somos?


Empecilhos para ser existem
Apenas pelos que criam
Nós é que colocamos as barreiras.
O muro está parado, estagnado,
E o corpo é multifacetado e dinâmico.
Dar com a face no muro
Cabe ao ser,
Desviar a rota é sabedoria.


Quero chegar no meu ser,
No que quero ser,
Idealizo.
Eu projétil transtempo,
No agora estou-sou,
No futuro me vejo.


Bem sei, e sem mistérios
Como me quero daqui para frente.


Se me pergunto:
“- O que quero para mim?”
A resposta já tenho,
Mas teimo em confundir,
teimo em não ser.
Porque?


Se sonho lá na frente,
Necessito traçar a rota, os caminhos.
Qual a estada dos meus sonhos?


O valor do ouro está
na maleabilidade de se transmultiformar.


Se sigo estancado em mim,
Sofrerei com as mudanças,
Se me abro, a tempestade
Me banha suave.

miércoles, 7 de diciembre de 2011

A multa que nunca chegou (mas deu dor de cabeça)

Não me abandona a imagem
Do homem da lei conferindo
A placa do meu carro,
E pela janela praguejando:
“- Estás denotificado”.



Falhei, bem sei, avancei depois
de um silvo estridente e um sinal
de mão aberta em pare.
Na verdade, nem mudei o ritmo,
Segui e percebi a falha.



Maldito vislumbre de esquecimento
Que roubou meus pensamentos,
E quando dei por mim
Já habia infringido.
Voltei a casa e busquei
O que tinha esquecido.



Passei pela mesma rua
E o seu guarda me reconheceu.
Só senti um bafo na orelha:
“-Estás denotificado, tá?”.



Quero mesmo é esquecer tal fato
Que não me levará a lugar algum.
Tenho mais o que fazer.

martes, 6 de diciembre de 2011

Superando a frustração

Porque haverias tu de negar os carinhos meus?
Justo tu que me adoras.
O fato de eu querer beijar teus lábios soa mal?


No dualismo nosso, sempre houve
o toque de pele, o sabor do olfato,
e o paladar aguçado.
Negas isso?


Justificativas e explicações,
palavras e a força da razão
não me interessam quando murcham
a flor do sentimento.
Que a razão e a emoção
Caminhem entrelaçados.


Não pretendo desatar o nó do teu não,
trago sim minha expressão:
Uma estranheza pela maneira como reagiste.


O beijo nos lábios nem é
Tão importante diante do momento
De discórdia que passamos.


Para mim, beijar-te significa
canalização dos carinhos,
do amor que emana do meu ser,
por tanto nada mudaria na nossa relação,
pois essa troca já se dá,
tu respondes aos meus toques,
e me tocas com
o odor dos seus gestos.


Porém hoje o que aconteceu hoje
me entristeceu o corpo ardente.
Já pensei em negar meu carinho,
mas cultuo o amor no meu ser,
me negarei ao ódio,
esse sim não me aprecia.


Evapore então essa ferida no meu ego!
Cultivarei o amor próprio e a beleza!


Que eu caminhe com quem
compartilha as mesmas rotas.


Voz interna eu cultivo novamente:
Nem vou alimentar a discórdia e a guerra.
A paz é de dentro para fora,
contribuo para a energia que me retorna.


É por isso que fiquei ferido,
por não receber o que doei.
Doei amor e recebi negação.


Vislumbre salta aos olhos!!!
Passar dessa barreira
é o que me fará crescer.
Claro!


Nesse momento transcendo,
desconstruo todo o muro
que na face me esmagava o nariz.
Começo a pairar na leveza...

Posso até mudar de questão.

lunes, 5 de diciembre de 2011

Você tem tempo?

Não tenho tido tempo.
Tempo para jogar conversa fora?
Foi-se esse tempo.


O movimento do relógio
Dessincronizado aos meus passos,
E o peito arde.


Doze horas a tontear barata.
Ricocheteio perdido
Em direção ao encontro.


Me vejo lá de longe,
Sou capaz de acenar,
Abanar a mão no ar,
Chamar e nada...
Fragmentação a olhos claros e cegos.


Sou ainda vivente na
Idade capaz de sorrir,
Refrescar meu corpo em águas,
Beijar lábios e fragrâncias.


Pr´os amigos ainda tenho tempo,
Para as moças bonitas também,
Para ler bons livros tenho tido
Menos tempo, mas prezo.


Agora, bem neste momento,
Consigo respirar macio.
Até a espuma que recobre
O dourado líquido faz presença fresca.
Suave idade é o vento
Que me bate a face.


Todos os sentidos
precisam estar aguçados,
novas maneiras de explorar
o sentir e o prazer

Todo o corpo é orgasmo,
Basta caminhar na ardente presença.
Estressar o coração não mais,
Não quero desperdiçar meu tempo

Vale mais que dinheiro, o tempo.

domingo, 4 de diciembre de 2011

Partindo do nada

O verso pode te enganar
E você, distraído, não vai perceber.
A palavra da boca vai voar
Para o lugar onde não há saber.

Parei, fiquei enraizado em anos passados,
Ainda não sei o que me atraiu.
Talvez me lembre de sentir os lábios tocados,
Foi uma flecha que meu peito atingiu.

Os aviões vem e vão do aeroporto
E meus olhos confusos cada vez miram mais torto.
Um mundo tão pequeno e cheio de ilusões,
Eu descabelado e leve no vento ventado dos aviões.

Atenção passageiros com destino ao nada,
Apertem bem os cintos que ninguém sabe o que vai acontecer,
Nem me ocupe todo espaço aí parado na parada,
A água corre, voam os pássaros
E logo chega a primavera de viver.

Feminino e masculino


O agora é meu tempo,

Mas também conheço o passado.

Agora é que são elas?


Posse é mulher,

Dona é a mulher.

E eles? Instrumentos delas!


O olfato é deles, o perfume é delas

A guerra é deles, o motivo são elas.

Os rumos da Nação traçados por eles,

Para saciar os desejos delas

O terreno é dele, a casa é dele

Mas tudo é pra ela.


Homens mandando? Não!

Co-mandando, quem manda são elas.

A verdadeira lei é a ação moral.

Quem fiscaliza a moral? Elas.

Porque agradar a moral?

Para agradá-las.


A seleção da rainha é competição natural

Onde o poder se estabelece.

Beleza é argumento,

É política.

Política.?! Sexual.


(...)


Limpeza é feminino,

É a preparação do ninho,

Feminino é acolher, receber,

Envolver, é vulva.

Prepara o ambiente para o ritual de cópula.


Masculino é semente, semeador.

Vê de fora e acompanha o brotamento,

Cataliza o processo.


Masculinos é olhos, contrastes.

Feminino é ouvidos, integração


Competição é feminino.

Equipe é masculino.

Tarefas gloriosas

Aperte tecla, gira manivela,

Pressione botão e espera a sirene da confirmação.

Agora repita esse processo

Durante oito horas por dia.

Isso é que é vida!


Programação de humanos

para determinadas tarefas gloriosas.

Como é bela a fama!


Como é que era a célebre frase

Daquele afortunado pensador

Que obteve a elevação nos pedestais humanos?

Não lembro...


O que eu queria era ser famoso,

Aparecer no Faustão e chorar

Diante das telinhas Fantásticas,

E trocar ótimas idéias com aquele

Gordinho que conversa a meia-noite.


Como é linda a celebridade,

Essa coisa potente de ser amado

E ter seu nome gritado por platéias

Que insandescidas se arrebanham.


Até o sonho está impregnado

De futilidades peçonhetas que

Dominam um coletivo refletir.


Vê se inventa algo engrandescente,

Sai da norma para encontrar

A ausência do sujeito,

Desapropria do eu!

Ai, Larissa...

Ai, Larissa...

Este olhar por muito me eriça,

Os pelos desse meu corpo apontados, pontudos.

Foi um esforço romper com esta distância

Que de tão perto cria um etéreo vazio.


Desenho-me nesta linguagem,

Invenção de mim mesmo.

Quero mostrar-me belo e forte,

A minha ética é a própria estética.


Aspiro tocar meus lábios nesta tua pele

Tão branquinha e leve,

este rosto traçado e belo encanta de magia

os sonhos deste que proto-agoniza.


A emoção é moção, te adorar movimenta

A mente, a vida como um todo reverbera.

Fluxo polifacetado que bate

no peito um tambor, couro ritmizado.


Ah... quanta poesia me despertas,

Deixo de ser apenas um qualquer,

Me transformo para conquistar teu carinho,

Brota do todo essa completa expressão.


Ai Larissa que me atiça a viver

A beleza que remonta a ética.

Esse só serve se for para banhar-te

E encharcar-me no colo teu.


Ai, Larissa...

Se enxerga ser humano!

Um animal,

Todo falível,

Cheio de cacuetes,

ter responsabilidade social?


Eu prometo que em uma semana

Pagarei esta dívida,

Venderei as laranjas que colhi no jardim

E tudo se acertará entre nós.


Credo! Essa é a expressão

Que figura na cara do credor,

Dividir não vai dar,

Terá que ser dívida mesmo.


Já faz um mês que eu espero

Seu pagamento e já estou começando

A ficar nervoso contigo,

Você terá que me recompensar,

Esse infortúnio tirou me do sério


Domesticado poderia significar

No dicionario da vida humana,

Sinônimamente com a palavra seriedade,

Nem o músculo do açougue está descontraído.


Fiquem tranquilos, pois eu sou

O responsável por esse setor.

A promessa está feita, tudo se dará

Como o plano traçado por mim...


Se enxerga ser humano!

viernes, 2 de diciembre de 2011

O monstro que devorou a ética

O mar é que governa meus passos,

Navega meu corpo, banha minhas emoções.

Escolhi mergulhar nessas águas,

Na força dessas espumantes ondas,

Vivo enfim um prazer heterônomo.



A autonomia é que dificilmente

Molha os fios dos meus cabelos.

Um discurso vazio buraco branco-negro

Povoa meus ouvidos já cansados

De dispender tempo com tais desagradáveis melodias.



Etiqueta que estampa e escancara coroa,

An-tro-po-lo-gia surge tal ao Pavão e seu brilho.

Ser humano aqui, humanidade alhures, ares diferenciados.

Ontem a arte mais bela respeitada e o espirito fortalecia,

Hoje estamos em pé segurando nossos vitríneos copos.



Ética é tempo,

História é ética,

Social geografia, geografia social.


Andar, escolher, manifestar,acomodar,

Resistir, refletir, ser-estar, destruir.



Eis que surge este dragão de incontáveis

Cabeças horrorosas e flamejantes,

bocas enormes,

Muito mais que crocodilescas

Denominado Política Atual Brasileira.


Este monstro, devorou a ética!

O artista e o músico




O músico,

toca o instrumento.

O artista,
toca as pessoas.



Entreolhares

Entreolhares


Olhos que olham,

Que não vêem.


Olhos fugidios,

Que não tem coragem de se encontrar.


Olho no olho: desafio.

A expressão que olha no olho

É aquela que acredita ser o que é.


Olhos pensantes, que olham para dentro,

Apenas enxergam, não vêem.


Olhos espelhos d´alma,

Onde os olhos outros tudo vêem.


Se meus olhos vão de encontro frontal

ao seus me embriago,

o peito aperta,

calafrio de arrepio,

não sei se fujo,

não sei se encaro,

talvez queira neles amparo,

ou então não queira ver, nem olhar,

deve ser medo de me mostrar...

Confissões de Andréia Figueroa

Confissões de Andréia Figueroa


Não é tão difícil de entender,

Eu preciso de espaço para voar.

O charme compõe minha enregia vital,

Esse nosso grude me deixa ansiosa.



Quero trafegar por entre os mundos,

Eu sou liberta e independente.

Essas arestas não mais aceito,

Aqui nesse corpo há fruto poder!



Foi-se o tempo em que fui objeto

De prazer da mais plena vulgaridade.

Sou Borboleta, o casulo é meu passado!

A Clara Luz e o Perfume presentes... agora...



Sinto-me bem, amadurecida.

Ainda apanho muito e devagar caminho.

Aceito mais o que fiz de mim e hei

de transformar meus dias com plenitude.



Não demore meu querido, pois sedenta

Da tua força já me encontro,

Venha me amparar e deixa

eu cuidar de ti, sonho belo.



Completa só me sinto

Na fusão com seu corpo.

Entrelaçados... na flor da integração.

jueves, 1 de diciembre de 2011

Entre tu e a rima

Esse dias que nossos olhares,

Farol baixo e luz que ofusca,

Consagrou-se nos jantares,

Do amor eterna busca.


Banhados em mel e corpo,

Perfumados a camomila,

Pensamento de reto a torto,

Esfumaçados a sin similla.


A face umedeceu serena,

E quer retornar a molhar,

Tristeza não me é coisa plena,

Pois o futuro é nectar e mar.


Lá longe, olhos inalcansáveis

É a nossa presença agora,

E a saudade, lembraças incansáveis

Dando chance para ver se o viver melhora.


E o preenchimento que és tu,

Corpalma espírito complemento,

Estou barco sem convés,

Alicerce sem cimento.


Nos meus olhos tu és foco,

Na expressão travando esgrima,

Sem a prática fraco bloco

Contra eu pontua a rima…

Humana idade

Não acredito na humanidade!

Vociferadora da ação do desejo;

Institucionalizado e firmado em cartório

O pé que recua.



Não acredito em quem não sabe o que quer!

Desconhece os desejos próprios

E zigue zaguea inebriado poste na cara.



Uma é esta humana idade.

E a borboleta clichê bate asa,

desemboca fura-cão e o sangue molha.

TSU!!!! Nami, onde estás?



Que queres tu humanidade?

Inexiste a humanidade.

Descrença que não me é impotência.

Projétil que se lança ao céu, abre os braços, rodapião,

Centrifuga, evapora e retorna ao todo, sou.



Não creio na humanidade

E sim na minha capacidade de praticar o bem.


(…)


Esse Deus humano e masculino

Chamado Pai é filho.

Esse Deus criador,

Criação é.



Jesus é da mídia,

Quem de Deus não é filho?

Ou pai?



Jesus é a entrega,

A cruz de crer no amor.

Cristão a água e pão


Pequeno exemplo Jesus é

Tudo é exemplo



Crer na verdade

Tudo é nada

É nada tudo é



Deus é a natureza da existência,

Natureza da vida.



Deus não é um ser,

Nem ter ou ser:

TRANSCENDER!