Não me abandona a imagem
Do homem da lei conferindo
A placa do meu carro,
E pela janela praguejando:
“- Estás denotificado”.
Falhei, bem sei, avancei depois
de um silvo estridente e um sinal
de mão aberta em pare.
Na verdade, nem mudei o ritmo,
Segui e percebi a falha.
Maldito vislumbre de esquecimento
Que roubou meus pensamentos,
E quando dei por mim
Já habia infringido.
Voltei a casa e busquei
O que tinha esquecido.
Passei pela mesma rua
E o seu guarda me reconheceu.
Só senti um bafo na orelha:
“-Estás denotificado, tá?”.
Quero mesmo é esquecer tal fato
Que não me levará a lugar algum.
Tenho mais o que fazer.
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