lunes, 12 de diciembre de 2011

Preenchendo vazios

Indo de encontro nova-mente,
Procurando o antes dos ser,
Cultivando o ritual da entrega,
Pré-cedentes, pré-ação.


Ir na fluidez e comentar
O que paira por entre o ar.
Canalizo dentro o alimento,
Suprimentos para o alicerce do ser.


Na solidão de não ter como compartilhar,
Manifesto mesmo assim,
Expressão, meditação.
Sem ter com quem dividir
Um ritual que viveria meu ser
Neste momento.


Tempo ocasional
Que necessita ocupação.
Corpo em estágio frágil
E aguçado em sonolência.


Lançando no outro a saciação.
Querendo tirar de fora para dentro.
Assim vejo os dias acontecendo.


Iluminar: sentir-se bem
Em qualquer lugar.
A solidão também é rodeada de pessoas,
Só na multidão.


Tenho a mim
Retirar de si o combustível.
Mesmo que os temas evaporem
E não haja mais nada
Para se falar,
A não ser o que as palavras
Tentam esconder.


A fome de ser magricela ou anoréxica,
Que não aceita sua própria saciação.


E as escolhas que
Deixamos de fazer?
Escolho ser,
Mas me vale que não ser.


Viver o que pulsa,
Sem me negar a mim.


O resto é devaneio de
Homens e mulheres que assumem hábitos.
Cultivando o que vem de fora,
Sem se olhar, infiéis.


Infiéis!
Sem mesmo respeitar
O que se é!


Construir-se cabe aos gestos,
Fazer verdade cabe a qualquer um,
Sem essa de achar que as coisas
Estão estagnadas,
Abrir os olhos de vez em quando
e já basta.


Dentro de si
Cada um sabe
O que se passa.


Só mesmo o poeta
Para se permitir dizer
O que as vozes
Insistem em calar


Sendo, lá no âmago,
Todos se unem num só.
Ao ser, se acessa
O que é de todos.


Despertado o dragão
Que habita as cavernas
Dos seres humanos.
Veia visceral
Que dilata e expande
A pele.


A catarse coletiva
É proporcionada pela entrega.
Entregar-se embriaga os gestos do corpo.
Chapaceira que se alastra,
Os olhos alucinam,
E o prazer banha.


Já o sofrer de não ser
De se negar o que se sente,
É o que arde
Na pele dessa gente.


Abranda o teu peito
E respira suave.
Relaxa teu corpo e deixa ser.
Te acalma que a doçura
Amacia o sorriso nosso.


Se tenho a mim
Tudo se torna dispensável.
Adeus namoradas, vícios, hábitos
Até mesmo os velhos e bons amigos.
Estando COMIGO,
Tenho o outro, não no sentido da posse,
Mas no âmbito da presença.


Se me faço fragilizado,
Assumo e alimento está
Concepção de mim,
Não há argumento que refute.


Tudo bem que a gente sente
E mal se sabe de onde vem
Essa dor que contamina.
Cultivá-la ou não cabe a cada um.


Desato o nó da desavença!
E as pessoas só querendo atar mais,
Mesmo sabendo que mais vale
O laço que o nó.


Até que a palavra perde seu valor
Pois já se sabe, não há novidades,
Nada que todos não saibam dentro de si.

Só que fica um vazio,
Quando a poesia se vai...

No hay comentarios:

Publicar un comentario