Quem é que caminha por entre as madrugadas?
Não apenas os poetas!
Os famigerados, trafegam pelas madrugadas.
Os famintos, trafegam pelas madrugadas.
Todos , na verdade, pisam leve
Que é para mostrar a noite
Toda refeita de ruídos,
A madeira que estrala,
O vulto que sopra.
São assim as madrugadas,
Repletas de vazio.
E se o sol nascesse
Clareando a manhã
E respirando orvalho?
Não poderiam ver
os olhos que madrugam,
já que o sono vem no momento
em que a luz boceja
e estampa a vida brancamarela.
A chuva parece cair
Para gastar todo o sofrer
Que se sente...
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